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domingo, 28 de outubro de 2012

Paris

Hoje acordei a pensar em Paris! Não me perguntem porquê - não saberia responder, mas às vezes acontece-me acordar com o pensamento num qualquer sítio que já estive. Já fui a Paris três vezes, a última das quais em Setembro de 2011. É tão bom quando se regressa às cidades e já não sentimos aquela "obrigação" de as conhecer de ponta a ponta e visitar todos os museus, igrejas, etc. Porque já fizemos isso antes e desta vez podemos simplesmente viver a cidade e voltar apenas aos sítios que mais gostamos... Foi isso que me aconteceu a última vez que estive em Paris. E escusado será dizer que vim de lá rendida a esta cidade que antes não me despertara grande paixão. 
E quando falo de viver a cidade, falo de deambular pelas ruas, sentar numa esplanada a ver a multidão passar, ver o por do sol num qualquer ponto alto da cidade, perder uma ou duas horas a espreguiçar ao sol nos jardins de Tuileries... Isto tudo sem pressas, sem nos sentirmos culpados por estarmos a desperdiçar tempo que devia ser ocupado a fazer outra coisa. E, como não poderia deixar de ser, também voltei a alguns locais emblemáticos de que tanto gosto: Torre Eiffel, Museu D'Orsay, Sainte-Chapelle, Centro Georges Pompidou. 

Hoje só quero partilhar convosco algumas fotos desta magnífica cidade que tem tanto para dizer dela que não me atrevo se quer a tentar!















quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Batu Caves

As Batu Caves, um monumento natural, são um complexo de grutas numa encosta de formação calcária com cerca de 400 milhões de anos, consideradas uma das maravilhas da natureza. Antigos abrigos de tribos indigenas, o seu nome advei-o do Rio Batu que corre nesta colina e deu nome também à vila local. Foram descobertas no final do século XIX pelo Americano William Hornaday.
Situadas no distrito de Gombak, a cerca de 13km a norte de Kuala Lumpur, este é um local com forte cariz religioso e de peregrinação obrigatória para os seguidores do Hinduísmo, em todo o mundo, particularmente no festival Thaipusam na Malásia (ocorre no início do ano, entre o final do mês de Janeiro e o início do mês de Fevereiro). 
 
 
Estas grutas são um dos santuários Hindús mais populares fora da Índia, dedicado à divindade Murugan, que surge logo à entrada deste complexo, como uma estátua com quase 43 metros de altura, pintada a ouro. Por tráz da mesma ergue-se uma longa escadaria com 272 degraus. 
 
 
 
Da estação de KL Sentral apanhamos a linha castanha KTM-Komuter cujo terminal é a estação de Batu Caves. Se verificarem no mapa que disponibilizei no post anterior vêm que é realmente fácil lá chegar.
São três as principais grutas e várias outras mais pequenas. Logo no cimo da escadaria encontramos a maior e também a principal gruta, a Temple Cave ou Cathedral Cave, de entrada livre e gratuita.
 
 



 
 
Como podem ver pelas fotos anteriores esta Gruta tem uma altura enorme! Está repleta de diversos santuários hindús.
 


Na base da colina encontramos as outras duas grutas, a Art Gallery Cave e a Museum Cave, ambas repletas de pinturas e estátuas Hindús, muitas que "contam" a história de Murugan.
Estas grutas estão habitadas por uma fauna e flora diversa. Abaixo da gruta principal, encontramos a Dark Cave, um grupo de grutas que se entendem por 2 km, que pelas suas condições ambientais encontram-se praticamente intocáveis! Este conjunto está repleto de estalactites e estalagmites, assim como de outras formações naturais e espécies animais e vegetais únicas no mundo. De forma a manter e conservar a ecologia destas grutas, o seu acesso é restrito e, por isso mesmo, pago. Existem alguns itinerários possíveis de realizar na Dark Cave, com valor e duração variáveis, mas sempre acompanhados de guia e com equipamento de uso obrigatório, como lanternas, capacete e vestuário apropriado a este tipo de aventura!
 
 
Contudo, um pouco por todo este complexo, os seus habitantes mais conhecidos são macacos, populares entre os turistas e alimentados por eles, voluntária ou mesmo involuntariamente! Bons a "sacar" comida e outros objectos aos turistas que por lá passam diariamente, tenham atenção que estes macacos podem ser um pouco perigosos (mordem, batem), especialmente quando contrariados... por isso tenham especial cuidado com as crianças! No meu caso tentei mesmo abstrair-me da sua presença e não me aproximar muito deles. Claro que também não levava comida comigo que os pudesse atrair.
 
 
 
Este complexo é um lugar único que consegue reunir a natureza com a religião e é realmente impressionante. Com uma beleza muito própria é um local de passagem, a meu ver, obrigatório para quem viaja pela Malásia ou mesmo pelo Oriente e tem a possibilidade de por aqui passar. Mesmo em Banguecoque, na Tailândia, existe um terminal do qual parte um autocarro que realiza o percurso até às Batu Caves.
Assim termino o meu relato sobre a viagem que empreendi pela Malásia! Apesar dos seus contrastes, não esquecerei este país e espero ter-vos suscitado curiosidade para o conhecerem :) Cada país é único e cada experiência de viagem é sempre marcante.
Boas viagens!

domingo, 21 de outubro de 2012

Capadócia

Todos os locais que visitamos são únicos! No entanto, tenho que admitir, para mim há uns mais únicos que outros - é o caso da Capadócia. Porque este sítio parece que foi tirado do nosso imaginário e construído propositadamente para que o apreciássemos. Tem tanto de  invulgar e original que por vezes custa a crer que seja real e resultado de um acaso da natureza. É uma tarefa inglória tentar descrevê-lo, porque as palavras não lhe vão fazer justiça. A Capadócia tem obrigatoriamente de ser vista e vivida! 




A Capadócia localiza-se na região da Anatólia Central, tal como o nome indica, no centro da Turquia. Kayseri é a maior cidade desta região e onde se localiza o aeroporto mais próximo. Não vai ser difícil encontrarem um hotel onde ficar, pelo contrário, o difícil vai ser escolher entre os hotéis existentes nesta zona, a maior parte deles construídos em consonância com as formações rochosas e inseridos no meio das montanhas. 

São hotéis  charmosos e encantadores que nos fazem sentir como se tivéssemos num pequeno castelo. Deixo duas sugestões: Boutique Cave Hotel e Sacred House.



A paisagem tão particular da Capadócia é resultado da erupção de alguns vulcões, hoje extintos, que há milhares de anos atrás deixaram uma "capa" mole de cinza e lama vulcânica denominada tufo. O tempo e as condições meteorológicas deram origem às magníficas formações rochosas tão variadas e originais. Com alguma imaginação conseguimos encontrar formas de animais, pessoas, etc...



O facto do solo ser macio permitiu que este fosse escavado e aproveitado para criar habitações. Em algumas zonas construíram autênticas cidades subterrâneas, onde se esconderam os cristãos fugindo às perseguições romanas, que possuem locais para dormir, salas de armazenamento, igrejas, sistemas de ventilação e um sistema de saída de fumos  na montanha distante do local da cozinha para disfarçar a sua localização. Os engenheiros da altura eram qualquer coisa de surpreendente! 











   
As cidades mais importantes são as de Kaymakli e de Derinkuyu, sendo que eu visitei a primeira. Foi descoberta em 1964 e acredita-se que entre os séculos VI e IX alojou milhares de pessoas. Tem oito andares, estando apenas cinco destes abertos ao público e estima-se que a cidade deva cobrir cerca de 25 km2. 






Vale a pensa visitarem estas cidades se não sofrerem de claustrofobia. O ar que se respira lá em
baixo é "pesado" e deparamo-nos com um labirinto de corredores pequenos e apertados, onde na maior parte do tempo temos de andar de cócoras. 



O Museu ao ar livre de Goreme, considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, e talvez por isso ainda tão bem conservado, possui a a maior concentração de capelas e mosteiros escavados nas rochas. Aqui viviam e trabalhavam os monges. 
Podem observar-se vários frescos com imagens do Antigo Testamento ou da Vida de Cristo.







Um dos locais que mais gostei na Capadócia foi o vale de Ihlara, provavelmente devido ao seu enquadramento. Trata-se de um impressionante desfiladeiro, no qual circula o rio Melindiz, onde vamos encontrando várias escavações feitas na rocha. A maioria destas são igrejas que datam do século XI e onde ainda se podem observar alguns frescos, infelizmente em más condições.







E, como se esta paisagem não fosse suficiente por si só para nos deixar maravilhados, eis que no final do passeio somos presenteados com um almoço literalmente em cima do rio. O restaurante pequeno e muito bem integrado no ambiente, serve deliciosas refeições numas mesas extraordinariamente bem localizadas. Que mais se pode pedir?


Depois disto, precisam de mais razões para conhecer a Capadócia? Eu voltaria lá já amanhã.





quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Kuala Lumpur

Kuala Lumpur (conhecida abreviadamente por KL) é, ao mesmo tempo, a capital, a maior e a mais populosa cidade da Malásia. Aqui encontramos o centro do desenvolvimento económico deste país e construções que pretendem demonstrar o seu rápido crescimento financeiro, político e cultural a todo o mundo.
 
Fiquei hospedada num hotel mesmo próximo da estação de metro "Masjid Jamek", localização central e bem servida de transportes públicos.  Para os amantes de caminhadas posso também dizer que fiquei a um passeio a pé de cerca de 20-30minutos das principais atracções da cidade, o que se fazia muito bem. Contudo, KL tem mesmo uma óptima rede de transportes públicos. Aquando da minha viagem encontrei um esquema com as principais linhas de metropolitano e de comboio da cidade, e que servem todas as suas zonas atractivas. Foi-me realmente útil pelo que partilho aqui convosco:
 
Sei que não se consegue ver bem aqui no blog, mas copiem a imagem e aumentem o zoom que verão melhor!
Especialmente a linha KJ (a rosa) é bastante útil pois serve a zona da KL Sentral (uma boa referência pois esta é a maior estação de caminhos de ferro do sudeste asiático, onde confluem a maior parte dos transportes públicos urbanos e intercidades de KL), a zona de Masjid Jamek (área histórica onde encontramos, por exemplo, o Museu da História Nacional, a mesquita mais antiga da cidade e a Praça Merdeka onde foi proclamada a independência do país) e as zonas de duas das construções mais conhecidas do mundo: a KL Tower e as Petronas Twin Towers, que até estão próximas uma da outra.
 
Uma das suas atracções é a Torre de Kuala Lumpur (KL Tower ou Menara KL Tower). A sua construção terminou em Maio de 1996 e tem cerca de 421metros de altura, sendo a sexta torre de telecomunicações mais alta  do mundo, cuja finalidade é mesmo a de melhorar a qualidade das comunicações e radiodifusão. Para lá chegar temos que realizar um percurso pedestre no meio de um parque florestal (Bukit Nanas Forest Reserve) que inclui várias dezenas de escadas, um circuito de manutenção e a travessia de um ponte de madeira suspensa. Na  minha opinião, este parque não está bem identificado e a sua entrada também não pelo que tive alguma dificuldade em o encontrar. Posso dizer que é mesmo junto à entrada para o metro de superfície, na intercepção entre as estações "Dang Wangi" (Linha KJ) e "Bukit Nanas" (Linha MR). O passeio acaba por ser agradável, com uma boa dose de aventura pelo tipo de percurso em si e pela sensação de afastamento total da cidade (à entrada existe mesmo um aviso que imputa toda a responsabilidade aos visitantes de todo e qualquer incidente ocorrido naquele trajecto, o que me causou logo algum receio pelo desconhecimento do que iria encontrar...). Aconselho assim para quem quer visitar esta torre a fazê-lo de dia e a uma hora com boa luz natural e de menor calor porque a ginástica acaba por ser muita!
Um bilhete de adulto para a subida e visita à Menara KL Tower custou-me 45MYR. O elevador que nos leva ao deck de observação, situado a 276metros de altura, sobe esta distância em pouco mais de 50segundos! A foto seguinte mostra uma das vistas do cimo da Menara KL Tower. O seu formato redondo permite uma verdadeira vista panorâmica por toda a cidade e a nossa visão é guiada por uma apresentação audio, através do uso de uns auscultadores que são distribuídos à chegada.


À noite a Menara KL Tower destaca-se bem nesta cidade, razão pela qual é conhecida como "The Garden City of Light". Na minha opinião assemelha-se mesmo a um OVNI!

 
Na minha opinião a passagem mais do que obrigatória é a visita às Petronas. O Grupo Petronas, fundado em 1974 como a companhia nacional de petróleo e gás da Malásia é, actualmente, uma multinacional de renome. O rápido crescimento financeiro desta companhia tornou possível o desenvolvimento socio-económico deste país, o seu progresso e a sua globalização. A sua missão envolve também acções em vários sectores:  educação, cultura, artes, saúde, ambiente e até no desporto. Dados todos estes contributos e a sua óbvia importância para a posição actual da Malásia no mundo, a construção destas torres gémeas adoptou o seu nome e teve o seu patrocínio (claro!). As Torres Petronas (Petronas Twin Towers), o principal símbolo da cidade, são, actualmente, as maiores torres gémeas e o sexto edifício, já construído, mais alto do mundo (até 2004 foi mesmo o edifício mais alto do mundo). É uma construção de aço, com revestimento em vidro, composta por dois arranha-céus iguais, iniciada em 1992 e concluída em 1998, com 88 andares e um total de 452 metros de altura. Apesar da sua concepção inicial ser a de um projecto abandonado para um edifício na cidade de Chicago, o seu piso térreo foi desenvolvido e desenhado com base em motivos geométricos islâmicos, em forma de uma estrela de oito pontas. Arquitectonicamente, estes motivos reflectem a importância dos princípios islâmicos de "unidade na unidade, harmonia, estabilidade e racionalidade".  Na sua base encontra-se um enorme centro comercial.
Diariamente, dentro do próprio edifício, é vendido um número limitado de bilhetes para realizar a visita guiada a estas torres, a partir das 08h30 (as bilheteiras fecham às segundas-feiras). Apesar de existirem vários horários de visita disponíveis, quer de dia, quer á noite (desde as 09h até às 19h),  convém ir mesmo cedo para a fila da bilheteira pois rapidamente os bilhetes esgotam. Optei por escolher um horário de visita nocturno de forma a ter esta perspectiva da cidade, diferente da perspectiva diurna que a visita à Menara KL Tower me possibilitou. O bilhete de adulto para a visita às Petronas custou-me 50MYR.
 
Curiosidade: aqui foram filmadas das cenas do filme "Armadilha" com Sean Connery e Catherine Zeta-Jones.

 
É absolutamente incrível ver como estas torres iluminam a cidade à noite, com uma luz bem brilhante e diferente de qualquer outro elemento luminoso de KL. Ao deparar-me com esta construção senti mesmo que estava a entrar em outra dimensão e que tudo em redor não condizia em nada com a sua imponência!
 


 
A visita guiada inicia-se com uma apresentação em holograma da história das Petrons, após a qual temos oportunidade de subir de elevador (e em poucos segundos) a dois níveis diferentes de uma das torres. A primeira paragem é na Skybridge (corresponde aos pisos 41 e 42), uma ponte central que une as duas torres, a 170metros de altitude. Já nesta fase tive a sensação de estar a levitar sobre a cidade de KL. Há mesmo quem garanta que se sente alguma oscilação nesta ponte! A segunda paragem é no deck de observação (corres+ponde ao piso 86), a  360metros de altura. Aqui tudo na cidade de KL parece realmente pequeno e os pontos de luz assemelham-se a pirilampos, como podem ver na primeira fotografia. Antes de subir aconselho uma boa preparação psicológica para quem tem medo das alturas, pois a altitude em si, o facto do edíficio ser revestido a vidro e a possibilidade de nos colocarmos mesmo junto a ele em nada ajuda a quem sofre de vertigens!
 
 
Na fotografia seguinte podem comprovar a que nível é possível subir neste edifício. A imagem da Menara KL Tower ao lado da torre gémea é fabulosa e daqui até parece pequenina!
 
 
Para mim estas foram as grandes atracções desta cidade. Claro que mais há para ver. Como disse no início, percorrer a linha de metro KJ facilita a organização do nosso percurso, pois ela engloba a passagem pelos pontos-chave de KL. Tal como qualquer outro país asiático existe também uma Chinatown e Little India, zonas típicas onde nos sentimos literalmente transportados para esses mesmos países. Como não pudia deixar de ser tive também de visitar o HardRock desta cidade, local onde um dos empregados que nos serviu, após saber que vinhamos de Portugal, disse as seguintes palavras "I like Benfica" (sem ofensa para ninguém claro, mas foi óptimo ouvir ao invés do habitual "Cristiano Ronaldo")! Aliás, percebi que os Malaicos adoram futebol, apesar de não terem grande apetência para este tipo de desporto. Até o HardRock estava a ser decorado com as bandeiras dos países que estavam apurados para o Europeu 2012.
 
A minha passagem pela Malásia também me levou aos arredores de KL para conhecer uma outra atracção deste país... mas isso fica para conhecer no próximo capítulo!
 
Até lá boas viagens :)